Coordenadora do GT do Clima da Frente Ambientalista, Talíria Petrone apresenta requerimento e faz alerta sobre tragédias
Para deputada, mudança climática é profundamente desigual, com consequências maiores para a população pobre
9 maio 2024, 12:29 Tempo de leitura: 2 minutos, 3 segundosA deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) apresentou na última terça-feira (7) o requerimento “O Parlamento Brasileiro e as Agendas Ambientais no G20” e debateu o tema junto com a Comissão de Legislação Participativa na Câmara dos Deputados. O Grupo dos Vinte (G20) reúne os países com as maiores economias do mundo e é o principal fórum de cooperação econômica internacional.
Segundo a também coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) do Clima da Frente Parlamentar Ambientalista, a tragédia no Rio Grande do Sul (RS) evidencia que é necessário “casar” o debate econômico com o climático, e o debate de justiça climática com o de justiça racial. Para isso, o G20 precisa “incorporar a coragem de trazer esses grandes temas”.
A parlamentar não tem dúvidas que a mudança climática é profundamente desigual. De acordo com ela, as consequências recaem sobre a população pobre.
“Quem tem medo da casa cair quando chove? Quem fica desidratado quando a seca é extrema? Pra quem falta água ou energia? É por isso que a gente precisa também incorporar com muita centralidade a questão que envolve a população negra, periférica, das nossas favelas. Então, pensar o G20, é pensar também o ordenamento das nossas cidades”.
Legislações fundamentais
Após o seminário, Talíria, junto com a Frente Parlamentar Mista Ambientalista e membros da sociedade civil, participou de uma coletiva de imprensa. Os parlamentares apresentaram um documento com medidas para avançar no pacote de legislações fundamentais de combate às mudanças climáticas.
“A tragédia do Rio Grande do Sul é um drama sem precedentes na história brasileira e é preciso que a gente fique em alerta. Infelizmente, esse não será o último episódio. Há décadas a ciência anuncia o colapso climático em curso e os últimos anos foram de desmonte da legislação ambiental”, afirma a deputada.
O documento foi encaminhado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, com o propósito de consolidar o compromisso do Legislativo em evitar a ampliação dos cenários de tragédias e o aumento do número de refugiados climáticos.
“É preciso políticas urgentes de mitigação e as cidades precisam se adaptar a esse doloroso novo tempo”.
Foto: Renato Araújo / Agência Câmara