Comissão da Câmara aprova moção de louvor proposta por deputados do PSOL ao escritor de ‘O Avesso da Pele’
Glauber Braga, Fernanda Melchionna e Sâmia Bomfim se mobilizaram em defesa da liberdade de expressão e do livro de Jeferson Tenório, que sofreu censura em escolas públicas do Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás
15 mar 2024, 13:00 Tempo de leitura: 1 minuto, 40 segundosA Comissão de Participação Legislativa da Câmara aprovou, por unanimidade, na quarta-feira (13), uma moção de louvor ao escritor Jeferson Tenório, autor do livro O Avesso da Pele.
De autoria dos deputados federais Glauber Braga (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP), todos do PSOL, a proposta foi apresentada em meio à ofensiva para censurar a obra em escolas públicas de ao menos três estados: Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Na justificativa, os parlamentares argumentam que a tentativa de limitar o acesso a livros é negar a “oportunidade do público de se engajar com ideias diversas e de expandir sua compreensão do mundo”.
“[A censura] vai contra a Constituição, contra a liberdade de expressão, contra o direito à leitura. Essa homenagem mostra que, ao contrário de alguns autoritários, a sociedade brasileira tem orgulho do seu trabalho, fundamental para uma formação crítica, reflexiva e antirracista”, disse Sâmia a CartaCapital.
Vencedor do Prêmio Jabuti em 2021, “O Avesso da Pele” se passa em Porto Alegre, nos anos de 80, e conta a história de Pedro, filho de um professor de literatura assassinado em uma desastrosa abordagem policial.
Motivado pela perda, Pedro mergulha em uma investigação sobre suas origens, buscando desvendar as raízes de sua família, explorar o passado e compreender melhor a vida e os ideais do pai.
O livro integra o Programa Nacional do Livro e do Material Didático, do Ministério da Educação, que compra e distribui os exemplares para escolas públicas do País. Funciona assim: as obras e são avaliadas por especialistas da banca do MEC para que, depois, os gestores escolham as obra – ou seja, o livro foi escolhido pelas escolas para fazer parte do catálogo.
Após a remoção dos exemplares, as vendas do livro registraram aumento superior a 1400% na segunda semana de março, de acordo com dados da Amazon.
Texto e imagem: Carta Capital