Comissão aprova audiência pública proposta por Talíria Petrone para ouvir setores da economia prejudicados por “tarifaço”

A Comissão de Legislação Participativa aprovou o requerimento 89/2025, proposto pela deputada Talíria Petrone (RJ), para que seja realizada uma audiência pública para debater a cobrança de tarifas de importação pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

A medida, conhecida como “tarifaço”, foi anunciada em julho e entrou em vigor no início de agosto. Ao anunciar as taxas para produtos brasileiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou que elas seriam uma reação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de golpe de Estado.

Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as perdas estimadas para a economia brasileira podem chegar a quase R$ 20 bilhões. Outros efeitos estimados são a redução de R$ 52 bilhões nas exportações, queda de R$ 33 bilhões nas importações e perda de 110 mil empregos.

Para Talíria, o Brasil enfrenta atualmente um ataque direto à sua soberania econômica com a adoção pelos Estados Unidos de medidas comerciais restritivas e aplicação de tarifas com motivações que ultrapassam o escopo técnico e revelam pressões políticas voltadas ao benefício de figuras específicas envolvidas em processos judiciais.

“Para além das justificativas oficiais, há interesses geopolíticos e econômicos não declarados. Os EUA, em busca de retomar protagonismo global frente à ascensão dos BRICS, vêm adotando estratégias protecionistas que ameaçam o multilateralismo e colocam em risco setores produtivos estratégicos para o Brasil”, analisa a parlamentar.

A audiência tem o objetivo de aclarar dados da economia diante do “tarifaço” e debater possíveis saídas pela manutenção da produção e dos postos de trabalho.

Entre os convidados estão o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação e Agroindústria (CONTAC), da Associação Brasileira da Indústria de Calçados, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário (CNTRV).

Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados