Comandante do Exército é alvo de notícia-crime no MPF por ataques golpistas

Iniciativa é da deputada federal recém-eleita Luciene Cavalcanti que denunciou Júlio César de Arruda por crime de prevaricação por não ter se empenhado na desmobilização do acampamento bolsonarista no DF

20 jan 2023, 11:05 Tempo de leitura: 1 minuto, 55 segundos
Comandante do Exército é alvo de notícia-crime no MPF por ataques golpistas


A deputada federal recém-eleita Luciene Cavalcanti denunciou no Ministério Público Federal o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, por crime de prevaricação por não ter se empenhado na desmobilização do acampamento bolsonarista montado em frente ao quartel-general do Distrito Federal.

O acampamento do DF foi estratégico para o ato golpista e serviu para abrigar os terroristas que depredaram as sedes dos Três Poderes. O Exército além de não desmobilizar o acampamento, ainda fez um cordão de isolamento para postergar a prisão de golpistas envolvidos na depredação. O acesso ao acampamento e o desmonte das instalações só foram possíveis na manhã do dia seguinte. Nesse sentido é urgente investigar os relatos que dão conta da participação, por ação ou por omissão, do alto comando do Exército.

No documento, Cavalcante afirma que a manutenção da iniciativa que pedia intervenções antidemocráticas foi um dos fatores que propiciaram os ataques aos Três Poderes, em Brasília.

Luciene destaca o cordão de isolamento feito por militares que postergou a prisão de golpistas envolvidos na depredação. O acesso ao acampamento e o desmonte das instalações só foram possíveis no dia seguinte ao ataque.  

“Os depoimentos feitos à Polícia Federal demonstram que o acampamento do Distrito Federal foi estratégico para o ato golpista, e nesse sentido é urgente investigar os relatos que dão conta da participação, seja por ação ou por omissão, do alto comando do Exército”, ressalta a deputada recém-eleita pelo PSOL (SP).

 “Isso tipifica crime de prevaricação com relação à atuação do Exército junto ao acampamento golpista e à falta de segurança dos Três Poderes no dia 8”, prossegue.

Luciene pede também que, além do general Júlio César de Arruda, outros militares sejam investigados por não promoverem a desocupação dos acampamentos golpistas.

“Os fatos narrados caracterizam o crime de prevaricação, quando os militares do Exército se recusaram a agir de ofício, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, diz ela ao MPF”, conclui a deputada.



[Imagem/ Foto – Arquivo O Globo/ Divulgação Comando Militar do Leste]