Com voto contrário do PSOL, Conselho de Ética arquiva processo contra Ricardo Barros

Líder do governo foi indiciado pela CPI da Covid pelo esquema das vacinas da Covaxin. Bancada do PSOL apresentou voto em separado pela cassação do mandato.

24 nov 2021, 12:00 Tempo de leitura: 1 minuto, 33 segundos
Com voto contrário do PSOL, Conselho de Ética arquiva processo contra Ricardo Barros

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (Coética) ignorou a série de denúncias contra o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), envolvido no esquema de corrupção das vacinas da Covaxin, e arquivou o processo contra o deputado, apresentado pela bancada do PSOL. O parecer preliminar pelo arquivamento teve 13 votos a favor e 6 contrários.

A bancada do PSOL apresentou voto em separado, recomendando, no mínimo, a continuidade do processo. “A representação é calcada em acusações graves e publicitadas que bastam, por si mesmas, para justificar, a decisão e instauração de um processo disciplinar”, aponta o voto.

No relatório final da CPI da Covid-19, encerrada no mês passado, Barros foi indiciado pelo envolvimento nas negociações de compra da vacina Covaxin, um esquema de milhões de dólares, por quatro crimes: incitação ao crime, advocacia administrativa, improbidade administrativa e formação de organização criminosa.

O nome de Barros surgiu no depoimento do deputado Luis Miranda, que disse que Jair Bolsonaro apontou o líder do governo como participante desse esquema.

No Conselho de Ética, Barros disse que era manobra da oposição.

Mas o vice-líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), afirmou que não existe manobra política, uma vez que as afirmações envolvendo o líder do governo partiram do próprio presidente da República.

“Quem colocou que tinha rolo no Ministério da Saúde não foi nenhum oposicionista, foi o presidente da República, quando perguntado pelo deputado Luis Miranda: ‘o senhor sabe disso aqui? isso aqui é rolo do Ricardo Barros’. Até hoje o presidente não desmentiu e nem vossa excelência colocou aqui: ‘o presidente está mentindo'”, afirmou Ivan Valente.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

Foto: Billy Boss / Ag. Câmara