Ao longo de sua história, que começa em 1823, há exatos duzentos anos, o Parlamento brasileiro sempre foi muito criticado por suas mazelas e insuficiências – e também por suas virtudes. O ataque mais vil e desarrazoado, porém, foi o do último 8 de janeiro. A depredação, a pilhagem e o dano ao patrimônio público, ocorridos também no Senado, no Palácio do Planalto e no plenário do STF, concretizaram uma evidente tentativa de golpe de Estado patrocinado pela extrema-direita. Não se tratou de “raio em céu azul”. Tudo foi planejado, articulado e estimulado, até ser executado. O ex-presidente da República, desde antes de ser derrotado nas urnas, tem evidente “domínio dos fatos” criminosos e contribuiu para eles. Repudiar a destruição daquele dia sempre será pouco. É preciso apurar responsabilidades e punir com todo o rigor da lei os executores, mandantes e financiadores. Não aceitaremos nenhuma contemporização com os que violentaram nossa ainda frágil democracia, conquistada com luta, dor e lágrimas pelos que resistiram, de variadas formas, à ditadura implantada pelo golpe empresarial-militar de 1964 – que oficializou perseguição, sequestro, prisão, tortura, banimento e morte para milhares de brasileiros e brasileiras. Ditadura nunca mais! Não por acaso, os que estimularam a infâmia de 8 de janeiro são os mesmos que fazem o elogio do regime militar e dos seus torturadores. SEM ANISTIA! NÃO AO GOLPISMO, SIM À DEMOCRACIA, SEMPRE, MAIS, SEM FIM!