Chico Alencar denuncia demora e cobra Conselho de Ética por processo contra Eduardo Bolsonaro
Deputado do PSOL destacou que nova representação contra o parlamentar golpista se soma a outras três, incluindo uma protocolada pelo PSOL, que seguem sem análise no colegiado
25 set 2025, 14:09 Tempo de leitura: 1 minuto, 42 segundos
O Conselho de Ética da Câmara abriu terça-feira (23.09) um processo que pode resultar na cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL). A representação partiu do Partido dos Trabalhadores (PT) e trata dos ataques do deputado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de articulações em defesa de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.
Na reunião do Conselho, o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ) destacou que “ele foi tratar de ataques à soberania nacional, dizendo que usaria a sua influência junto ao Presidente Donald Trump para tramar contra o que consideramos interesse nacional do Brasil”.
Chico lembrou que esta representação se soma a outras três contra Eduardo Bolsonaro, incluindo uma protocolada pelo PSOL, que seguem sem análise no colegiado.
O deputado do PSOL criticou a demora do Conselho em dar andamento às representações contra Eduardo. “Agora, o Conselho de Ética da Câmara, com sua habitual lentidão, enfim iniciou a tramitação de uma das quatro representações contra o parlamentar que trama contra os interesses nacionais nos EUA”, apontou.
Após a abertura do processo, foi sorteada a lista tríplice dos potenciais relatores: Duda Salabert (PDT/MG), Paulo Lemos (PSOL/AP) e Delegado Marcelo Freitas (União/MG). A escolha caberá ao presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União/SC).
A abertura do processo ocorre em meio a outro revés judicial. Nesta segunda-feira (22), a Procuradoria Geral da República (PGR) indiciou o deputado Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo por coação. O caso trata de tentativas de pressionar autoridades brasileiras e influenciar decisões contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio de sanções do governo Trump ao Brasil.
Chico Alencar afirmou que a denúncia da PGR “escancara um modus operandi baseado em chantagem, intimidação e uso de pressões externas contra autoridades brasileiras e o próprio país”. Para ele, trata-se de um comportamento “não apenas criminoso, mas profundamente desleal com o Brasil e com a soberania nacional”.