Chico Alencar comenta discurso de Lula na ONU

"Que contraste com o desfiar de trôpegas mediocridades do ex-presidente nos fóruns internacionais", inicia o deputado

21 set 2023, 16:28 Tempo de leitura: 2 minutos, 3 segundos
Chico Alencar comenta discurso de Lula na ONU


Que contraste com o desfiar de trôpegas mediocridades do ex-presidente nos fóruns internacionais… Assim começo meu comentário sobre o discurso do Presidente Lula na ONU.

O presidente do Brasil, de início, manifestou solidariedade às vítimas das tragédias na Líbia, Marrocos e Rio Grande Sul. Tem coração, tem “o sentimento do mundo”! Humanista, clamou por novas e generosas formas de convívio no planeta, pelo futuro das novas gerações.

Destacou a urgência no enfrentamento da crise climática e da transição energética. Propugnou para que as metas das conferências internacionais contra o aquecimento global desçam do papel para a vida (“na Amazônia, o desmatamento caiu 48% nos últimos 8 meses”, exemplificou).

Ressaltou o fundamental no mundo: cada um – pessoas e governos – fazer a sua parte em busca da igualdade social, contra todas as discriminações. Exigindo das administrações políticas públicas participativas (inclusive da sua).

Lula enfatizou o compromisso na busca da igualdade racial na sociedade brasileira, a defesa dos direitos dos grupos lgbtquia+ e pessoas com deficiência, bem como o combate ao feminicídio e todas as formas de violência contra as mulheres, citando a aprovação da lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens no exercício da mesma função.

Condenou o bloqueio estadunidense que asfixia Cuba e a caçada a Julien Assange, editor do WikiLeaks. Cobrou os compromissos e dívidas, de longa data e pouca prática, dos países ricos com os países pobres.

Alertou para o crescimento da extrema direita odienta no mundo, lembrando que ela foi derrotada – não sem muita luta – nas eleições presidenciais do Brasil.

Propôs o diálogo franco para acabar com guerras estúpidas como a da Ucrânia – e vai ter conversa bilateral com Zelenski, que acompanhava sua fala.

Afirmou que a voz do mercado não pode ser superior à voz das ruas, como o neoliberalismo tenta impor.

Sua voz rouca ecoou em um plenário lotado e atento, cutucando por “inconformismo e indignação” contra tanta coisa errada no mundo.

Lula verbalizou, enfático, por um Brasil soberano, justo, igualitário, participativo e alegre. Por um mundo multilateral, sem dominação e exploração. Pelo cuidado com a nossa casa comum, a Terra.

Deu orgulho, gerou compromisso! Nosso também!

Chico Alencar


[Ilustração: Nando Motta]