PSOL quer saber se bancada e dirigentes foram espionados
Requerimento de informação foi protocolado no Ministério da Justiça
20 out 2023, 19:05 Tempo de leitura: 2 minutos, 1 segundoA bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou na tarde de hoje (20/10) um requerimento de informações ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, acerca do rastreamento ilegal de celulares de adversários políticos de Jair Bolsonaro pela ABIN, que veio à tona hoje após uma operação da Polícia Federal.
Segundo a PF, a suspeita é que servidores da agência teriam usado um software de monitoramento para invadir “reiteradas vezes” a rede de telefonia e acessar os dados de localização dos alvos.
No requerimento de informação, a bancada do PSOL pede que o MJ informe se houve produção de relatórios ou informações de inteligência sobre os seus parlamentares e dirigentes e também de movimentos sociais.
Os deputados pedem, por exemplo que o MJ informe se além da Abin, o Ministério da Justiça, a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal ou a Polícia Rodoviária Federal exerceram atividades de monitoramento, acompanhamento, interceptação telefônica, infiltração, vistoria ou qualquer outra iniciativa. Se sim, quais foram essas atividades, em que locais e datas ocorreram, quem ordenou e quais agentes estiveram infiltrados ou envolvidos.
“Um órgão de Estado não pode tratar brasileiros como inimigos – esta é uma prática inaceitável, fruto do autoritarismo bolsonarista. É fundamental sabermos a real extensão dos atos de espionagem ilegal para que eles não voltem a se repetir. O PSOL seguirá lutando para reconstruir o Brasil e consolidar a nossa democracia”, ressalta o líder da bancada do PSOL, deputado Guilherme Boulos (SP).
Na justificativa do requerimento, a bancada reforça que a investigação confirma o modus operandi do governo Bolsonaro:
“A utilização da máquina pública com o objetivo definido de espionar e perseguir opositores políticos em flagrante tentativa de intimidar a então oposição e insuflar um golpe – com tudo isso desembocando nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. É inaceitável, no Estado Democrático de Direito, a instrumentalização de órgãos público para perseguição e monitoramento com o objetivo de atender aos interesses políticos do então Presidente da República. Precisamos saber quem foram os alvos da espionagem durante os quatro anos de Governo Bolsonaro. Portanto, diante desses fatos, requeremos as informações aqui solicitadas”, destaca o documento.