Boulos lança “pacote” para investigar apagão da ENEL em São Paulo
Vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, deputado prepara diligência à empresa e audiência pública na Câmara
7 nov 2023, 12:07 Tempo de leitura: 1 minuto, 55 segundosO deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) tomou uma série de iniciativas nesta segunda-feira (6) para cobrar explicações e apurar responsabilidades sobre o apagão da ENEL em São Paulo. Milhões de paulistanos ficaram sem energia elétrica, desde que um apagão atingiu a cidade na última sexta (3).
Vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, Boulos marcou para quarta-feira (8) uma audiência pública extraordinária para ouvir não só a ENEL, mas também representantes da Arsesp e da ANEEL – as duas agências reguladoras já foram oficiadas nesta segunda (6) pelo mandato de Boulos, que cobrou explicações dos dois órgãos reguladores.
Por requerimento do deputado, a CDU também realizará na quinta-feira (9) uma diligência, além de uma reunião com representantes da Arsesp. A agência reguladora é responsável pela fiscalização da concessão de energia no Estado de São Paulo.
“É inadmissível que a cidade mais rica da América Latina deixe milhões de pessoas sem energia por quatro dias seguidos”, diz Boulos. “É preciso apurar e responsabilizar os culpados por essa situação”, afirma o deputado, que critica ainda a atuação do prefeito Ricardo Nunes no episódio.
“Enquanto a comida de milhões de paulistanos estragava na geladeira, o prefeito posou de Rei do Camarote e foi assistir Fórmula 1 e UFC. Para além do descaso, isso mostra a ausência de comando na capital”, afirma. “Pior: mostra o risco que os paulistanos correm também com a Sabesp, alvo de uma tentativa apressada de privatizaçao por parte do governo Tarcísio e do próprio Nunes”, diz.
Desde 2019, um ano após a Enel ter adquirido a AES Eletropaulo, o quadro de funcionários na empresa foi cortado em 36%, segundo relatos publicados na imprensa. O total de trabalhadores caíu e 23.385 para 15.366 em quase quatro anos.
“Não é coincidência que tenhamos chegado a esse ponto. A cidade cresce e o número de funcionários, ao invés de acompanhar esse crescimento, diminui. Empresas estratégicas, como as de água e luz, não podem ficar reféns da lógica que coloca acionistas em primeiro lugar em detrimento das necessidades da população”, diz Boulos.
Foto: Zeca Ribeiro