Boulos aciona Nikolas Ferreira na PGR por estelionato e crime contra economia popular após fake news sobre Pix
"É imperioso considerar que o uso das redes sociais com notícias alarmantes e de grande interesse público, uma vez que alcance muitas visualizações e engajamento, podem gerar lucro para o responsável pela publicação por meio de mecanismos de monetização"
16 jan 2025, 14:21 Tempo de leitura: 1 minuto, 42 segundos
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) protocolou nesta quarta (15) uma representação contra Nikolas Ferreira na Procuradoria-Geral da República por crime de estelionato e crime contra a economia popular. A ação vem após as fake news propagadas pelo parlamentar de extrema-direita sobre uma falsa taxação do pix no país.
Na peça, Boulos acusa Nikolas de divulgar “notícias sabidamente falsas ou completamente distorcidas sobre a política tributária do governo federal em relação ao pagamento instantâneo brasileiro, o pix, numa demonstração de flagrante má-fé e possível obtenção de vantagem ilícita”.
Um vídeo publicado por Nikolas na terça-feira (14) no Instagram bateu a marca de 200 milhões de visualizações em pouco mais de 24h.
“É imperioso considerar que o uso das redes sociais com notícias alarmantes e de grande interesse público, uma vez que alcance muitas visualizações e engajamento, podem gerar lucro para o responsável pela publicação por meio de mecanismos de monetização”, diz a representação.
A exposição se deu poucos dias depois de Mark Zuckerberg, dono da rede social e responsável pelo algoritmo da plataforma, declarar seu alinhamento à extrema-direita e o banimento da checagem de conteúdo no Instagram mundo afora.
No conteúdo, o deputado de extrema-direita diz que “agora” os trabalhadores “que já vivem no aperto terão sua movimentação vigiada”, e que “basta ter R$5.000 movimentados na conta pra entrar na mira da Receita”.
Na verdade, como explica a peça protocolada por Boulos, a medida atacada pela extrema-direita alterou um piso “anterior de R$ 2.000 para R$ 5.000 em movimentações mensais globais de pessoas físicas. Para pessoas jurídicas a alteração foi de R$ 6.000 para R$ 15.000”.
“Isto é, em ambos os casos a nova regra da Receita Federal aliviou o grau de vigilância que existia sobre os trabalhadores autônomos e informais”, prossegue a representação, “produzindo o efeito oposto daquele noticiado falsamente pelo representado”.
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados