Bancada do PSOL solicita providências ao MPF sobre ataque de policiais e fazendeiros à indígenas que retomaram área de Guapoy (MS)
Ofício foi protocolado pelos parlamentares nesta segunda-feira (27/6), após atuação ilegal de forças militares do Mato Grosso do Sul terminar em morte e feridos nos munícipios de Amambai e Naviraí, na última sexta
27 jun 2022, 16:20 Tempo de leitura: 1 minuto, 35 segundosAo todo 10 indígenas, incluíndo mulheres e crianças, ficaram feridos e um foi assassinado. Os deputados, em diálogo com a APIB, destacaram no documento que estes fatos não são isolados:
“A polícia militar de Mato Grosso do Sul tem histórico de atuar, sem ordem judicial e sem observar as determinações legais. Na denominada CPI do Genocídio, instalada na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, em 2015, foram juntados documentos que comprovaram a atuação da polícia estatal em regime de cooperação privada, para atacar comunidades indígenas”.
O documenta lembra que antes, em 2013, a Justiça Federal de Campo Grande, impediu a realização do chamado “Leilão da Resistência”, organizado por fazendeiros para angariar fundos para constituir uma milícia privada.
Já em 2016, ocorreu o conhecido “Massacre de Caarapó”, onde uma ação violenta dos fazendeiros provocou a morte do indígena Clodio de Aquileu de Souza, agente de saúde da comunidade, assassinado enquanto salvava os feridos.
O ofício ressalta também que o Estado brasileiro já foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, no Caso Povo Xucuru, justamente por violação à proteção judicial das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas.
“Não há qualquer dúvida que o presente estado de inércia do Poder Público na proteção de terras indígenas se constitui como verdadeiro projeto político daqueles que estão à frente do Poder Executivo, e que se valem de seus cargos para perpetrar tal quadro de massiva, generalizada e sistêmica violação de direitos”, frisam os parlamentares do PSOL.
Além de pedir investigação, a Bancada também solicita ao MPF que encaminhe o mesmo ofício para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, para obter da Pasta explicações sobre o ocorrido.
Foto: etnia Guappy / Iara Cardoso