Bancada do PSOL na Câmara denuncia Imerys ao MPF após depósito químico da mineradora explodir em Barcarena – PA
Deputada Vivi Reis participa de diligência com parlamentares em Barcarena para apurar efeitos da fumaça tóxica liberada pela Imerys
12 dez 2021, 14:11 Tempo de leitura: 3 minutos, 15 segundosO depósito armazenava hidrossulfito de sódio e não há, por parte da mineradora, qualquer informação sobre as consequências à saúde da exposição à fumaça desse produto químico. Os moradores do bairro Vila do Conde inalaram fumaça tóxica e relatam dificuldade para respirar desde a explosão, ocorrida na última segunda-feira (6).
De acordo com a denúncia feita pelos parlamentares ao Procurador-Chefe no Pará, Felipe de Moura Palha e Silva, a explosão é tragédia anunciada, mais uma dentre vários desastres causados pela Imerys: “O desrespeito da empresa para com a vida das ribeirinhas e ribeirinhos é gritante e ultrajante. O relatório de 177 páginas da CPI ocorrida em 2018, citando diversos desastres contra o meio ambiente protagonizados pela mineradora e o Relatório Final da Comissão Externa da Câmara dos Deputados demonstram que essa é uma tragédia repetida. É necessária, portanto, uma severa e rigorosa responsabilização da Imery”, destaca o texto da denúncia.
A bancada do PSOL também cobra explicação das autoridades municipais, estaduais e federais. No documento, os parlamentares anexaram o relatório da Comissão Externa das Bacias de Rejeitos de Mineração em Barcarena/PA na Câmara dos Deputados, coordenada pelo então Deputado Edmilson Rodrigues, em 2018, que destaca as denúncias contra a empresa Imery.
A Imerys é reincidente em desastres ambientais: em 2014, uma decisão da Justiça Federal obrigou a mineradora a fornecer água e alimentos a famílias atingidas pelos vazamentos (que começaram dentro da empresa) de caulim.
PARÁ
Deputada Vivi Reis participa de diligência com parlamentares em Barcarena para apurar efeitos da fumaça tóxica liberada pela Imerys
A deputada federal Vivi Reis integra a diligência criada na Assembleia Legislativa do Pará, iniciativa do deputado estadual Carlos Bordalo (PT), para avaliar os impactos sociais e ambientais da fumaça tóxica emitida pelo incêndio no galpão de produtos químicos da mineradora Imerys, em Barcarena, na noite de segunda-feira (6).
Além de parlamentares, a diligência é composta por integrantes de movimentos e entidades ligados ao meio ambiente e direitos humanos, representantes da comunidade local, Ministério Público e poder judiciário.
O primeiro ponto de parada foi a planta industrial da mineradora Imerys, onde famílias das comunidades atingidas faziam um protesto em frente ao portão principal. Representantes da comunidade foram incorporados à comitiva, recebida por diretores da indústria no auditório da Imerys.
A deputada questionou se os técnicos sabiam que o produto químico que entrou em combustão, o hidrossulfito de sódio, provoca irritação no aparelho respiratório e pode provocar irritação na pele e no trato gastrointestinal e se isso foi informado para a população, e as respostas foram evasivas.
“A mineradora tenta minimizar os impactos de um vazamento de fumaça tóxica, que ela chama de ‘evento’, que levou a população a precisar de atendimento médico. Precisamos chamar isso pelo seu verdadeiro nome: é um crime ambiental que precisa ser apurado e não pode ficar impune”, afirma Vivi Reis, acrescentando que a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados, representou ao MPF no Pará e à 4a Câmara da PGR (Meio Ambiente e Patrimônio Cultural) solicitando a busca ativa das pessoas atingidas, o acionamento da Agência Nacional de Mineração pra que envie toda a documentação referente a atuação da Imerys e a responsabilização da empresa e de todos os agentes estatais que contribuíram para o acontecimento desse fato, em todas as esferas do direito.
Vivi Reis também enviou, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, ofícios cobrando atuação das autoridades estaduais e da Empresa Imerys e protocolou pedido de uma comissão externa da Câmara dos Deputados para acompanhar o caso.