Bancada do PSOL na Câmara convoca Augusto Heleno para explicar interferência da Abin em investigação de Jair Renan Bolsonaro
Os deputados destacam, no documento, que as informações devem ser prestadas de maneira clara e objetiva, sob pena de cometimento de crime de responsabilidade, nos termos do art. 50 da Constituição Federal.
30 ago 2022, 19:37 Tempo de leitura: 1 minuto, 57 segundosFoi protocolado na tarde desta terça-feira Requerimento de informações e convocação produzidos pelos parlamentares do PSOL, que questiona ao chefe do Gabinete Segurança Institucional, general Augusto Heleno, qual a base legal utilizada pela Abin para justificar a intromissão do agente Luiz Felipe Barros Felix em um caso que estava sendo investigado pela PF envolvendo o filho do presidente Bolsonaro, dentre outras indagações.
“Não é a primeira vez que o Presidente da República interfere na PF para proteger familiares e aliados que estão sob investigação do órgão. Sob a gestão de Ramagem, a Abin também se envolveu em outro episódio rumoroso de um filho do presidente. A agência recebeu, em uma reunião, a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para tratar de assuntos relacionados à investigação do caso das rachadinhas”, ressalta ainda o requerimento de informações.
A investigação da PF que concluiu que a ABIN atrapalhou investigação contra Jair Renan Bolsonaro foi provocada por uma ação do deputado do PSOL Ivan Valente (SP) na PGR. Após a repercussão, hoje mais cedo, Valente protocolou convocação do chefe do GSI, Augusto Heleno, para prestar esclarecimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. O deputado também representou no MPF contra o ex-Diretor-Geral da Abin, Alexandre Ramagem e o agente da Polícia Federal Luiz Felipe Barros Felix.
“É inaceitável, no estado democrático de direito, a instrumentalização da estrutura estatal para proteção da prole do presidente da República”, afirmou Ivan Valente.
Para a líder do PSOL na Câmara, deputada Sâmia Bomfim (SP), são graves as revelações de que a ABIN está atuando pra defender o filho de Bolsonaro: “As instituições brasileiras vêm sendo aparelhadas desde o início dessa gestão. Parte da polícia federal inclusive se volta pra proteger filhos do presidente e agora essa revelação sobre a ABIN. Por isso a gente quer a convocação do Augusto Heleno. A ABIN, assim como as demais instituições brasileiras, tem que ter um papel institucional e não deve estar a serviço da proteção de esquemas particulares que envolvem o presidente e seus filhos”, declarou Sâmia.
Foto: Evaristo Sá/AFP