Após denúncia da professora Luciene, Ministério Público abre inquérito para apurar racismo e ação policial em escola
“O que aconteceu na EMEI Antônio Bento revela racismo religioso, violência e intimidação contra profissionais da educação”
24 nov 2025, 11:54 Tempo de leitura: 1 minuto, 51 segundos
O Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito para investigar o caso de racismo religioso e a ação policial extremamente agressiva ocorrida na EMEI Antônio Bento, na zona sul da capital.
A denúncia foi apresentada pela deputada federal professora Luciene Cavalcante, pelo deputado estadual Carlos Giannazi e pelo vereador Celso Giannazi, depois que veio a público a informação de que policiais militares entraram armados com metralhadora na escola para questionar uma atividade sobre história e cultura afro-brasileira desenvolvida com as crianças.
A abertura do inquérito atende à Notícia de Fato apresentada pelos parlamentares, que consideram o episódio um ataque à liberdade de ensino e ao trabalho pedagógico da equipe escolar.
Para a deputada professora Luciene Cavalcante, a decisão do Ministério Público confirma a gravidade do caso. “A abertura do inquérito é fundamental. O que aconteceu na EMEI Antônio Bento revela racismo religioso, violência e intimidação contra profissionais da educação. E, sinceramente, é um absurdo: uma escola não pode ser invadida por policial com metralhadora por causa de um desenho de cultura afro-brasileira. Isso não pode virar normal”, afirmou.
Entre as medidas determinadas, o MP solicitou à Secretaria Municipal de Educação as imagens das câmeras da escola, informações sobre as providências adotadas para proteger a equipe e a identificação do pai da estudante que, segundo relatos, destruiu murais feitos pelas crianças. O órgão também requisitou esclarecimentos sobre o eventual acionamento das equipes de gestão de conflitos da rede municipal.
A Secretaria de Segurança Pública também foi oficiada. O inquérito deverá identificar os policiais envolvidos, obter o registro do acionamento que motivou a ida da viatura, as gravações das câmeras dos coletes e informações sobre possíveis procedimentos disciplinares já abertos.
Luciene reforçou que o avanço da investigação é um passo necessário para garantir responsabilização. “Isso é racismo. Isso é violência. E nós não vamos permitir que fique impune”, completou.
A Promotoria Militar também foi comunicada e deverá informar se abrirá procedimento próprio para investigar a conduta dos policiais.