Antes de reunião com ministro, Tarcísio Motta diz a manifestantes que segue pressionando governo por direitos de professores e técnicos do setor
Titular da Educação, Camilo Santana participou, na quarta-feira (12.06), de uma reunião na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados
13 jun 2024, 16:42 Tempo de leitura: 2 minutos, 27 segundosO ministro da Educação, Camilo Santana, participou, na quarta-feira (12.06), de uma reunião na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre assuntos relacionados à pasta. Na pauta, a melhoria e o fortalecimento da Educação em todos os níveis no Brasil, sendo a greve das universidades federais o principal assunto tratado. Já na entrada da Câmara, o deputado federal Tarcísio Motta (RJ), que é professor, conversou com manifestantes presentes em defesa da educação pública e afirmou estar acompanhando a greve e toda a movimentação da classe: “Estamos pressionando o governo, tanto na Comissão de Educação, quanto no plenário da Câmara, para melhorar a proposta para que se possa avançar e garantir recomposição salarial, orçamentária, além dos direitos de professores e técnicos”.
Durante a reunião na comissão, parlamentares defendiam que o MEC, em 2023, havia realizado ações significativas, como a retomada de obras da educação básica e a implantação de programas estratégicos, como o Escola em Tempo Integral, enquanto a oposição discordava, argumentando que o governo cortou verbas de bolsas em universidades e da educação básica, entre outras ações, durante o ano de 2024, e que seis em cada dez obras paradas atualmente são de construções de escolas.
Em sua fala durante a reunião, Tarcísio afirmou que, sem sombra de dúvidas, a educação brasileira tem desafios urgentes enormes e históricos, como o aumento de vagas em creches, qualidade do ensino fundamental, atratividade e permanência dos alunos no ensino médio, as dificuldades da educação inclusiva. Ele parabenizou o ministério pela meta de universalização das salas de recursos multifuncionais até 2026 e por desafiar os municípios a contratar profissionais para trabalharem nessas salas.
Tarcísio aproveitou para lembrar que, além desses desafios enormes, existem riscos, como a militarização da educação. “É muito engraçado apresentarem os dados das escolas mantidas pelas Forças Armadas achando que essa é a solução, quando não há o mesmo investimento, nem a mesma estrutura, inclusive com custos muito maiores do que os institutos federais e o Colégio Pedro II, por exemplo. E ainda assim apresentam resultados piores”, comparou.
Ele também disse que, para que exista um debate, é preciso que todo município garanta inspetor, porteiros, profissionais civis associados ao projeto político pedagógico da escola, com uma gestão democrática, para que, só assim, a evasão escolar diminua. “Fora isso, há o risco grave da privatização, como o que estamos vendo acontecer no Paraná. Não é possível imaginar que, com o déficit de orçamento que o país tem, ainda vamos colocar o lucro de empresas que administram escolas para poder absorver o dinheiro público”, protestou.
Foto: Câmara dos Deputados / Mario Agra