Deputadas do PSOL acionam MPF contra Meta por suposto bloqueio de contas de esquerda
Sâmia Bomfim, Fernanda Melchionna e entidades em defesa da comunicação pedem investigação e esclarecimentos sobre "shadowban" em massa no Instagram
12 dez 2025, 12:45 Tempo de leitura: 1 minuto, 41 segundos
As deputadas federais do PSOL Sâmia Bomfim (SP) e Fernanda Melchionna (RS) acionaram o Ministério Público Federal, nesta quarta (10), para apurar uma suposta ocultação de perfis de esquerda após o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupar a cadeira da presidência da Câmara, na terça (9). A representação mira a Meta, empresa responsável pelo Instagram, e também é endossada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e por outras três entidades.
O chamado “shadowban” ocorreu de forma generalizada em perfis de políticos de esquerda após Glauber ocupar a Mesa Diretora da Câmara em protesto contra a tentativa de cassar seu mandato. Contas de personalidades sem relação com o episódio também sofreram limitações, a exemplo do perfil do presidente Lula (PT).
“A gravidade dessa situação se desdobra na possibilidade de que tais bloqueios cerceiem indevidamente a liberdade de expressão de incontáveis pessoas, uma extensão que as plataformas não dão a conhecer”, diz a representação ao MPF. “Tais medidas podem produzir efeitos políticos imediatos, ao afetarem o debate público, limitarem o acesso a informações essenciais e comprometerem a integridade do processo democrático.”
No documento, os signatários pedem ao Ministério Público que abra um inquérito para investigar o caso e que a Meta seja instada a prestar esclarecimentos. Querem saber, por exemplo, se houve alguma moderação de conteúdo e qual critério foi seguido. Além disso, demandam que a empresa justifique o ocorrido, cite se há alguma política que embase o mecanismo e se existe um canal para usuários entrarem em contato a fim de relatar eventuais restrições.
Além das parlamentares e da Fenaj, também assim a notícia de fato o Coletivo Digital Associação Para Democratização do Acesso à Sociedade da Informação, o Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação e a Diracom – Direito à Comunicação e Democracia.