Deputada Célia Xakriabá lança campanha internacional “Sem Mulher Não Tem Clima” na Colômbia

O projeto tem como eixo central a apresentação de um projeto de lei pioneiro no Brasil para mapear e divulgar os impactos da crise climática sobre meninas e mulheres

22 ago 2025, 11:17 Tempo de leitura: 1 minuto, 42 segundos
Deputada Célia Xakriabá lança campanha internacional “Sem Mulher Não Tem Clima” na Colômbia

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) lançou nesta quinta-feira (21), na Colômbia, a campanha internacional Sem Mulher Não Tem Clima, iniciativa que busca colocar meninas e mulheres no centro da luta contra a crise climática. O anúncio foi feito durante a Assembleia por uma Amazônia Livre de Combustíveis Fósseis, que reuniu lideranças indígenas, parlamentares e organizações sociais da Pan-Amazônia.

O projeto tem como eixo central a apresentação de um projeto de lei pioneiro no Brasil para mapear e divulgar os impactos da crise climática sobre meninas e mulheres. A proposta prevê que governos reúnam dados com recorte de gênero, raça, classe social, bioma e orientação sexual, orientando políticas públicas inclusivas de proteção, combate à violência e garantia de direitos.

De acordo com dados da ONU, 80% das pessoas deslocadas por desastres climáticos são mulheres e, até 2050, cerca de 158 milhões de mulheres e meninas podem ser levadas à pobreza pela crise climática.

“As mudanças climáticas não são neutras: afetam primeiro e de forma mais dura as mulheres, em especial as indígenas, negras, quilombolas e periféricas. Sem enfrentar essa desigualdade, não haverá justiça climática”, destacou a deputada.

A campanha tem caráter internacional e convoca parlamentares de outros países a apresentarem projetos semelhantes em seus legislativos, articulando uma Rede Global por Justiça Climática e de Gênero. A iniciativa integra a preparação rumo à COP30, que será realizada na Amazônia brasileira em 2025, quando o Brasil terá papel central na definição dos rumos da agenda climática mundial.

“Estamos transformando dados em ação, cuidado em política e dor em justiça. Porque a justiça climática precisa ter rosto de mulher, precisa falar a língua das nossas ancestrais e carregar a força das nossas meninas. Sem mulher, não tem clima”, reforçou a deputada.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados