Talíria Petrone pede assinaturas de deputados para PEC que federaliza investigações contra milícias
Morte de Marielle Franco e Anderson Gomes teve envolvimento de diversos agentes de Estado e julgamento só acontece mais de seis anos depois do crime
1 nov 2024, 14:02 Tempo de leitura: 1 minuto, 31 segundosA deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) fez um chamado na última terça-feira (29.10), durante discurso no plenário da Câmara, para que os parlamentares assinem o documento que propõe uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) contra as milícias, presente em mais de 15 estados brasileiros.
A proposta da deputada de mudança na Constituição tem por objetivo permitir que crimes de milícias tenham o deslocamento de competência de investigação dos estados para a Justiça Federal.
“É urgente o Estado brasileiro enfrentar de forma contundente os grupos armados criminosos que hoje dominam territórios e estão presentes em mais da metade do Rio de Janeiro e em mais de 15 estados da federação”, afirmou a parlamentar.
Talíria lembrou do assassinato da vereadora Marielle Franco, que envolveu diversos agentes de Estado e cujos assassinos só começaram a ser julgados no mesmo dia em que ela fez o discurso da PEC no plenário. Foram mais de seis anos das mortes de Marielle e do motorista Anderson Gomes até o início do julgamento.
“Só no caso Marielle, havia um delegado de polícia, um deputado federal, um ex-deputado estadual, um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e dois ex-policiais. No Rio de Janeiro, crime e política se misturam de maneira inadmissível. Peço aos senhores, que afirmam querer enfrentar as milícias, que assinem a PEC que nós apresentamos”, pontuou Talíria.
A PEC Contra as Milícias está em fase de coleta de assinaturas na Câmara e precisa da adesão de 171 deputados (um terço da Câmara) para ser levada à Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa e iniciar sua tramitação para ser aprovada.
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados