Não em nosso nome! (Por Pastor Henrique Vieira)
"O fundamentalismo religioso está usando o 'nome de Deus' para fazer um tipo hediondo de populismo religioso que, no fundo e no fim, profana a dignidade humana e a sacralidade da vida de cada brasileira neste país"
13 jun 2024, 15:42 Tempo de leitura: 1 minuto, 20 segundosPermitam-me um desabafo, por solidariedade.
Deixe-me ver se compreendi corretamente: parlamentares da bancada evangélica vão apostar a vida de mulheres e meninas vítimas de estupro para “testar o presidente da república”?
Parlamentares da bancada evangélica vão lançar mulheres e meninas à cadeia ou à morte para fazer jogo político e ideológico com o governo, para “testar” a presidência da república?
Será que não percebem a crueldade deste procedimento?
Será que não sentem vergonha por tamanha brutalidade?
O fundamentalismo religioso está usando o “nome de Deus” para fazer um tipo hediondo de populismo religioso que, no fundo e no fim, profana a dignidade humana e a sacralidade da vida de cada brasileira neste país.
Trata-se de um momento de rara insensibilidade e desrespeito, um momento exemplar do tamanho da indiferença afetiva que habita o cerne deste grupo político.
Brutalidade, dureza, odiosidade, cinismo político e alienação dos afetos: sintomas mórbidos do fundamentalismo evangélico brasileiro. Temos que nos unir em solidariedade para barrar a barbárie.
A fé, a espiritualidade e os afetos religiosos do povo não podem continuar sendo usados como componentes de uma máquina de morte e criminalização da vida das mulheres e meninas deste país.
Fé é para sustentar a vida e não para criminalizar pessoas e incitar violências e mortes. O Brasil precisa se unir para impedir que este projeto inescrupuloso e fascista avance sobre os corpos das mulheres e meninas brasileiras.
Não em nosso nome!
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados