Por iniciativa de Ivan Valente, TCU manda Exército cancelar registro de armas em nome de criminosos e de pessoas com mandado de prisão em aberto
Tribunal pediu o cancelamento de parte dos chamados CACs, em tese, colecionadores, atiradores desportivos e caçadores; ainda há 22.3493 registros suspeitos de serem laranjas e 21.442 armas em nome de falecidos
16 maio 2024, 17:39 Tempo de leitura: 1 minuto, 16 segundosO Tribunal de Contas da União (TCU) julgou na quarta-feira (15.05), a auditoria que revelou que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Exército liberou posse de armas para 5.235 pessoas registradas como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs) e que cumpriam pena ou tinham mandados de prisão em aberto. Tal auditoria ocorreu a partir de solicitação do mandato de Ivan Valente (SP), por meio da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Na decisão, o TCU poupou os militares responsáveis pelo descontrole, mas pediu o cancelamento dos certificados de registro dos CACs de criminosos. Também há 22.3493 CACs suspeitos de serem laranjas e 21.442 armas em nome de falecidos. É assombroso constatar que o relatório “Controle de armas de fogo e de munições a cargo do Exército Brasileiro o período de 2019 a 2022” apresenta falhas em 82% dos registros realizados na época.
A politica armamentista de Bolsonaro impulsionou a multiplicação dos CACs, que, em seu governo, saltaram de pouco mais de 190 mil pessoas para quase 890 mil. Com a fiscalização afrouxada, as armas fatalmente chegam a milicianos e ao crime organizado. Após anos de negligência por parte do Exército, o controle dos CACs passará, em janeiro do ano que vem, para a Polícia Federal. Apesar de importante a determinação do TCU para que sejam cancelados os CACs criminosos, é preocupante a falta de responsabilização dos militares que facilitaram a disseminação desordenada de armas de fogo.