Pastor Henrique Vieira, vice-líder do Governo na Câmara, recebe Lewandowski em audiência
Ministro da Justiça foi convocado pela Comissão de Segurança para dar esclarecimentos sobre a fuga de Mossoró
18 abr 2024, 17:14 Tempo de leitura: 2 minutos, 34 segundosNesta última terça-feira o ministro Lewandowski compareceu em audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara, que é dominada por integrantes da chamada bancada da bala. Apesar das divergências entre o ministro e deputados da oposição, boa parte da bancada da bala ressaltou a postura “menos belicosa e debochada” de Lewandowski em relação a seu antecessor, o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. O ex-ministro da Justiça não compareceu a três sessões da comissão da Câmara sob o argumento de que recebeu ameaças de integrantes do colegiado.
Mesmo com alguns afagos da bancada da bala, Lewandowski encontrou um clima hostil na sessão com pautas como as ações para conter o avanço do crime organizado e a política desarmamentista do governo Lula. Foi a primeira vez que o ministro foi recebido em um colegiado do Congresso desde que assumiu a pasta, em fevereiro. Um dos pontos mais contestados pelos deputados armamentistas foi em relação ao decreto no qual o presidente Lula retomou a restrição de comercialização de armas, como as pistolas 9mm, .40, .45 ACP, apenas às forças de segurança. O governo Bolsonaro havia liberado a aquisição desses modelos pela população civil, o que levou a pistola .40 a ser a mais comprada pelos caçadores, atiradores desportivos e colecionadores (CACs) nos últimos anos.
Durante a sessão, Lewandowski foi perguntado se não era uma “vergonha” para o governo o registro da primeira fuga no sistema prisional federal desde a sua criação. O ministro admitiu que a evasão dos dois presos da unidade de Mossoró era algo que “ninguém espera e ninguém queria” e prometeu que esse tipo de ocorrência não vai se repetir. “Eu garanto que esta foi a única e será a última, fuga do sistema penal federal,” ressaltou Lewandowski, acrescentando que o episódio serviu como uma “oportunidade” para reforçar todos os protocolos de segurança dos cinco presídios federais.
Apesar do clima tenso, Lewandowski iniciou o seu discurso, pregando a “harmonia” entre os Poderes Executivo e Legislativo. Por meio do Vice líder de governo deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), a base governista se manifestou em defesa do ministro, mesmo com a presença de dezessete deputados do PL e apenas seis do partido do PT. Durante a comissão, Vieira enfatizou a necessidade da discussão sobre o tema das milícias no RJ e sua expansão para o Brasil. Segundo o deputado, “é urgente o debate sobre controle territorial, execução sumária, diversificação de atividades econômicas e atuação dentro das forças do Estado. Pensar milícia não é pensar em crime paralelo ao estado, é pensar em um tipo de crime dentro das instituições do estado.” No final o deputado parabenizou a Polícia Federal por estar bancando todo esse debate. “Uma sociedade cada vez mais miliciana, é uma sociedade cada vez mais perigosa”, finalizou o deputado.