“Seguirei na luta”, diz deputada Célia Xakriabá em despedida da presidência da CPovos
A criação da CPovos representa um marco histórico e demonstra o poder das raízes ancestrais e das tecnologias sociais destas comunidades na reformulação do pensamento e da política nacional.
14 mar 2024, 10:36 Tempo de leitura: 1 minuto, 36 segundosA deputada Célia Xakriabá encerrou, na terça-feira (12), o seu mandato à frente da presidência da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais (CPovos), deixando um legado para as lideranças do colegiado. A deputada Dilvanda Faro, do PT, foi eleita a nova presidenta.
“Nossa caminhada não termina com o fim do mandato desta presidência. Ela segue, guiada pela força do nosso cantar, do nosso dançar, pela sabedoria ancestral. Deixo esta posição, mas não deixo a luta. Porque antes de um Brasil coroado, existia um Brasil adornado com milhões de cocares”, disse a deputada em seu discurso de despedida. “Agradeço aos que caminharam comigo, em especial a primeira vice-presidenta Dilvanda Faro, que está na chegança para presidir, e ao amigo e segundo vice-presidente Chico Alencar.”
A criação da CPovos, sob sua presidência, representa um marco histórico, demonstrando o poder das raízes ancestrais e das tecnologias sociais destas comunidades na reformulação do pensamento e da política nacional.
Durante seu mandato em 2023, a Comissão realizou cerca de 25 reuniões deliberativas, 20 audiências públicas, 6 seminários, e inúmeras visitas a territórios. Esse esforço resultou na aprovação de 12 projetos de lei focados na promoção da dignidade, justiça, e reconhecimento dos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. O
colegiado conseguiu a aprovação de 95% das proposições pela Cpovos, destacando-se o foco em direitos humanos e minorias.
A Comissão enfrentou temas complexos, como o histórico de violações contra os povos indígenas durante a ditadura militar, o debate sobre o marco temporal, e o combate ao garimpo ilegal em terras indígenas. Estas iniciativas evidenciam o compromisso da CPovos com a proteção dos direitos fundamentais dessas comunidades, abrindo caminho para debates e ações futuras.
Bruno Spada/ Agência Câmara