Violência de gênero na política: deputadas do PSOL e PT são recebidas por procuradora do MPF
Sob tentativas machistas de intimidação, seis parlamentares estão sendo ameaçadas de cassação por defenderem suas posições
22 jun 2023, 15:23 Tempo de leitura: 1 minuto, 45 segundosAs deputadas do PSOL Célia Xakriabá (MG), Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Talíria Petrone (RJ), acompanhadas das parlamentares do PT Érika Kokay (DF) e Juliana Cardoso (SP) estiveram com a procuradora Regional da República, coordenadora do GT Violência Política de Gênero da Vice-Procuradoria Geral Eleitoral do Ministério Público Federal, Raquel Branquinho, no início da noite da quarta-feira, 21 de junho. As congressistas foram relatar a violência de gênero que estão sofrendo constantemente dentro do Parlamento. Mais cedo, elas foram recebidas pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
“É uma constante tentativa de intimidação machista; agora, com representações no Conselho de Ética por termos protestado contra o Marco Temporal das terras indígenas”, afirmou a deputada Sâmia, que solicitou a audiência com a procuradora. “Vamos seguir de cabeça erguida para enfrentar essa injustiça, Não vão nos calar!”.
A deputada Talíria ressaltou que o apoio do Ministério Público é fundamental. “Enfrentamos cotidianamente a situação de violência na Câmara. Somos deputadas eleitas e não vamos nos calar mesmo diante de tantos ataques. O apoio do MP é fundamental para derrotar essa lógica autoritária do Parlamento, que coloca em risco a plena democracia”.
Segundo a deputada Fernanda, a seletividade do Conselho de Ética é explícita. “A reunião é uma importante sinalização contra a misoginia e a seletividade com que o Conselho tratou nossos processos. Não vamos deixar que o machismo impere, vai ter mobilização e vai ter luta”.
A deputada Célia disse que a violência política de gênero está em cada palavra, “quando nos chamam de irracionais, de não civilizadas”. O tratamento, enfatiza a parlamentar, quando é um deputado homem, que é chamado de forte. “Por que a nós dizem de irracionalidade? Que civilidade é essa que quer no calar, que não quer aceitar as mulheres na política e em espaços de poder, que não suporta a nossa política também com afeto e coletividade?”.