Deputadas do PSOL querem convocar primo de Damares Alves acusado de matar trabalhador sem-terra para depor na CPI do MST

Sâmia Bomfim e Talíria Petrone apresentaram requerimento convocando Marcos Bengtson, que é acusado de matar trabalhador sem-terra e teria invadido terra demarcada; família é dona de avião encontrado com quantidade de maconha avaliada em R$ 4 milhões

6 jun 2023, 17:03 Tempo de leitura: 1 minuto, 29 segundos
Deputadas do PSOL querem convocar primo de Damares Alves acusado de matar trabalhador sem-terra para depor na CPI do MST

A família de Damares Alves (Republicanos), já implicada pela Polícia Federal, agora será alvo da CPI do MST. Isso porque o primo da senadora Marcos Bengston teve a sua convocação solicitada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL/SP) e Talíria Petrone (PSOL/RJ).

Marcos é acusado de torturar e matar José Valmeristo Soares, o Caribé, um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 2010. Segundo as investigações, dois pistoleiros contratados pelo fazendeiro teriam sequestrado e torturado o militante. Treze anos se passaram e Marcos ainda aguarda a data do júri popular.

O conflito teria relação com o crime de grilagem de terra em Pau D’Arco (PA), mesma cidade em que ocorreu um dos casos mais violentos da disputa de terra no Brasil. A chacina do Pau D’Arco completou 6 anos no final de maio e foi responsável pela morte de 10 trabalhadores sem-terra.

O pai de Marcos é o ex-deputado federal Josué Bengtson, tio de Damares Alves e líder da Igreja Evangelho Quadrangular. A Polícia Federal apreendeu na última quinta (1º.06), um avião de Bengtson com 290 quilos de maconha no aeroporto de Belém (PA). Segundo a PF, a droga tem valor de mercado próximo aos R$ 4 milhões.

Sâmia e Talíria justificam o requerimento de convocação de Marcos Bengston por ele ser o administrador da Fazenda Cambará, atualmente denominada de Acampamento Quintino Lira. Segundo o pedido, o fazendeiro teria invadido, em 2022, o assentamento com gado e máquinas destruindo as roças.

A área foi examinada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2014 e foi demarcada como um local para a reforma agrária.

*Texto e montagem originalmente publicados pelo Blog do Noblat, no portal Metrópoles