Deputados do PSOL querem transformar Cozinha Solidária do MTST em política pública
Pastor Henrique Vieira e Guilherme Boulos debateram o assunto em audiência pública na Câmara Federal
28 abr 2023, 11:08 Tempo de leitura: 2 minutos, 1 segundoNesta quarta-feira (26) a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família promoveu audiência pública sobre o Projeto de Lei 491/23, que cria o Programa Cozinha Solidária para distribuir alimentos à população em situação de vulnerabilidade social. O encontro foi proposto pelos deputados Pastor Henrique Vieira (RJ) e Guilherme Boulos (SP), autor do projeto de lei. Segundo os parlamentares, o programa pretende acelerar o processo de enfrentamento à situação de insegurança alimentar e nutricional no país.
“Durante a pandemia a gente fez um trabalho de distribuição de cesta básica no Brasil inteiro, mas chegou um momento em que a gente viu que isso não estava mais funcionando, porque muita gente não tinha dinheiro sequer para comprar um botijão de gás. Foi assim que surgiu o projeto do MTST das Cozinhas Solidárias”, explica o autor da proposta, deputado Guilherme Boulos (SP).
A doação de cestas básicas não tem sido suficiente para a demanda nacional. Por isso, o objetivo é que o projeto se torne uma política pública ainda este ano. São mais de 30 milhões de pessoas com fome no Brasil. Em 2022, registraram-se 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer, sendo que 15,9 milhões de pessoas utilizaram alguma estratégia que causou vergonha, tristeza ou constrangimento para conseguir um prato de comida
“Quando a gente luta para combater a fome, a gente também toca em privilégios históricos da sociedade brasileira para distribuir renda, riqueza, terra e propriedade. Enquanto tem comida sendo jogada fora em mansão, tem criança passando fome no barraco. A gente quer acabar com essa desigualdade!” defendeu o deputado Pastor Henrique Vieira (RJ)
O debate também contou com a participação de Ana Paula Perles, coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do projeto Cozinha solidária; Patrícia Gentil, diretora do Departamento de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Elisabetta Recine, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; Adriana Salay, a historiadora e criadora do projeto Quebrada Alimentada; Leomarcio Araújo, representante do Movimento de Pequenos Agricultores e Diego Moreira, o representante do setor de produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Foto: Katiana Tortorelli