PSOL quer cassação de Eduardo Bolsonaro por apologia à tortura
Partido e bancada na Câmara acabam de protocolar uma representação no Conselho de Ética pedindo instauração de processo disciplinar contra Eduardo Bolsonaro por apologia à tortura e agressão à jornalista Mirian Leitão. A Rede também assina a representação.
4 abr 2022, 14:42 Tempo de leitura: 2 minutos, 21 segundosLegenda e bancada na Câmara acabam de protocolar uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo instauração de processo disciplinar, para apurar a prática de conduta atentatória contra o decoro parlamentar. O deputado federal, filho zero três do presidente Jair Bolsonaro, debochou e ironizou a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo, que, durante a ditadura militar no Brasil, foi presa aos 19 anos. Miriam, que estava grávida à época, foi colocada em uma sala escura com uma cobra.
A postagem de Eduardo Bolsonaro, com amplíssima repercussão nacional e internacional, causou espanto e reação em diversos setores da sociedade, tendo em vista sua contrariedade à Constituição, aos fatos históricos e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, em especial aqueles relacionados ao respeito à dignidade da pessoa humana e à democracia.
“A cassação de Eduardo Bolsonaro é imperativa e urgente. Não há nenhuma condição moral e política dele permanecer à frente de qualquer cargo público. Diante desses fatos, é dever fundamental dos poderes constituídos, inclusive o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, a tomada das providências cabíveis para punir o Representado pelos referidos atentados contra à dignidade da jornalista Miriam Leitão, e à dignidade de todas as mulheres, por ele perpetrados, pelas razões de direito a seguir expostas”, diz um dos trechos da representação.
Para o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, o deputado Eduardo Bolsonaro deve responder por apologia ao crime:
“Não é possível ficar inerte diante desta grave agressão de Eduardo Bolsonaro à Mirian Leitão. Apologia à tortura é crime. Os episódios de quebra de decoro pela família Bolsonaro são recorrentes. O que ainda assusta é a tolerância dessas violações pelas nossas instituições. A Câmara precisa dar uma resposta à altura, em respeito ao povo brasileiro e às nossas leis, que condenam esse tipo de conduta. Estamos pedindo, enquanto partido e junto à nossa bancada na Câmara, a cassação do filho de Bolsonaro. Chega de impunidade”, declarou.
A líder da bancada do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim, também destacou o desprezo de Eduardo Bolsonaro com a democracia:
“É repugnante a forma como a família Bolsonaro trata a história das pessoas que sofreram tortura ou foram assassinadas durante os duros anos da ditadura no Brasil. A jornalista Miriam Leitão estava grávida quando militares a colocaram numa sala escura junto com uma cobra jiboia para amedrontá-la. Quando Eduardo Bolsonaro faz piada com essa situação, reafirma, mais uma vez, que é um criminoso inimigo da democracia. Acionamos o Conselho Ética da Câmara para que o deputado responda pelos seus atos desumanos”, frisou.
A representação é também assinada pela REDE.
Foto: Agência Câmara